O mês de agosto começou com uma sinalização mais clara da volta do fluxo financeiro do investidor estrangeiro, que começa a buscar novos mercados e alternativas de ganhos, diante da iminência da queda das taxas de juros e das máximas históricas das bolsas americanas.
Esse movimento financeiro gerou uma reprecificação das ações mais liquidas do nosso índice, traduzindo-se em ganhos expressivos no mês, o que pode indicar novos movimentos de alta, agora, nas ações de empresas menos liquidas (small caps), beneficiando nossa carteira nos próximos meses, já que esse índice não performou tão bem no período.
Temos insistido ao longo dos últimos meses o quão depreciado estava e está nosso mercado acionário, quando o analisamos em função dos múltiplos e histórico de preços, e também em termos comparativos com outros mercados emergentes, e salientávamos que qualquer pequeno movimento de fluxo poderia gerar ganhos importantes.
Agora com o primeiro movimento, esperamos que ele seja consistente e que recoloque nosso mercado de ações em um nível de precificação justo.
Assim, no mês de agosto o Biguá Venture Value FIA teve uma alta de 2,93%, e o índice Ibovespa uma alta de 6,54%.
Nas janelas de rentabilidade mais longas (5 anos), seguimos com uma boa rentabilidade anualizada de 8,21%, o que se traduz numa alta de 48,36% em 60 meses contra 34,48% da bolsa, no mesmo período.
A mesma a rentabilidade anualizada em 10 anos chegou a 14,90%, o que reforça nossa confiança na força da filosofia de investimento em valor de longo prazo.
Dentre os destaques positivos no mês, tivemos as ações da Dexco com alta de 12,31% e da Tupy com 10,77%.
Pelo lado das quedas tivemos as ações da Mahle Metal Leve com baixa de 5,01%.
Dando sequencia a análise dos resultados do segundo trimestre comentaremos os da: Tupy, Gerdau e Mills.
A Tupy apresentou resultados positivos no trimestre, mostrando a força da gestão da empresa, que mesmo apresentando queda de volumes nos mercados da América do Norte, teve um controle de custos notável, que ficou demonstrada na melhora substancial das margens.
A empresa segue seu périplo de buscar sinergias e aumento de rentabilidade com a readequação das linhas de produção das novas unidades fabris adquiridas (Teksid e MWM), com o objetivo de estar plenamente preparada para absorver a retomada iminente da demanda. Destaque para o desenvolvimento de sua unidade de negócios responsável pelo aftermarket (peças de reposição).
Seguimos bastante confiantes que as qualidades e atributos da Tupy serão brevemente compreendidos e reconhecidos pelos investidores, e que o enorme valor da companhia será destravado através de uma coerente precificação.
Fora todas as potencialidades dos novos negócios em desenvolvimento, que podem gerar novas linhas de receita, mais rápido que o esperado pelo mercado.
Já a Gerdau apresentou resultados decentes quando consideramos as circunstâncias desafiadoras que a empresa vem enfrentando, principalmente em se tratando da questão referente as importações de aço.
Apesar da queda de volumes e receita, e margens pressionadas, já há um sentimento por parte da empresa e do mercado de que o pior ficou para trás, principalmente com a adoção de medidas que restrinjam ou mesmo diminuam a participação do produto importado no mercado de distribuição de aço brasileiro.
Essa medida governamental, associada a um trabalho de corte de custos e desmobilização de plantas ineficientes, devem ajudar a empresa a retomar seus níveis de rentabilidade no Brasil, e consolidar suas margens no mercado americano, onde a Gerdau vem se destacando, isso, com um nível de alavancagem baixo.
Esperamos que a melhora do seu ambiente de negócios no Brasil retire a pressão sobre os preços de suas ações.
A Mills apresentou um bom crescimento de receita acima de 10%, mas teve suas margens levemente pressionadas por itens não recorrentes que tem como objetivo melhorar os níveis de eficiência da empresa, como aumento de disponibilidade da frota (projeto fênix), reorganização de filiais, além dos custos referentes a processos de M&A(fusões e aquisições).
A propósito, com a aquisição da JM, a Mills terminou o trimestre com uma frota de 13,9 mil máquinas, um crescimento expressivo de 20% em relação ao primeiro trimestre, cujos resultados devem ser incorporados totalmente nos próximos trimestres.
Seguimos também com grandes expectativas no desenvolvimento e crescimento do mercado de locação de máquinas pesadas, que devem começar a performar na medida que grandes obras de infraestrutura e investimentos, principalmente em saneamento básico, saiam do papel.
Portanto, é com um otimismo moderado que já vemos a concretização dos fatores que poderiam desencadear a volta do investimento no nosso mercado acionário, quais sejam: a estabilização da inflação nas economias maduras e a queda das taxas de juros americanas, e os sinais claros e inequívocos do compromisso do governo brasileiro com o equilíbrio das contas públicas.
Por fim, como comentamos no início desta carta, esperamos que essas sinalizações da volta do fluxo de investimentos, principalmente do investidor estrangeiro se mantenham, fazendo com que haja também a retomada do interesse do investidor institucional e local para o mercado de ações, mesmo com as pressões por aumento de juros internos e ruídos no plano institucional.
Destaque final para os bons desempenhos operacionais apresentados com a publicação dos resultados do segundo trimestre, o que por si só seria fundamento para a sequência de resultados positivos das ações das nossas empresas.
Bom é isso!!! Esses foram os destaques de agosto de 2024.